segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Debate entre três áreas encerra a Semana Acadêmica


Texto: Emanoele Girardi, para a Revi
Foto: Jéssica Michels

Encerrando a Semana Acadêmica de Comunicação Social de 2009, os alunos de Jornalismo e de Publicidade e Propaganda do Ielusc juntaram-se aos estudantes de Design da Univille na sexta-feira (23 de outubro) para debater o papel de suas profissões no desenvolvimento de campanhas de comunicação e projetos gráficos. Para compor a mesa foram convidados o professor do curso de Design Elson Ribeiro, o publicitário Evandro Rosa e o professor do curso de Jornalismo Frederico Carvalho. O evento teve início às 19h30 no anfiteatro da instituição.

Os três profissionais convidados falaram sobre propaganda e, em seguida, responderam as perguntas do público. Durante a fala inicial, Rosa afirmou que a tecnologia só automatizou os processos que já eram feitos e, com a maior facilidade, o profissional de publicidade deve ir além das ferramentas e dos recursos tecnológicos: é preciso pensar no perfil do público e do cliente. “Cabe ao profissional abrir os olhos do cliente, que muitas vezes sabe o que quer e não o que precisa”, disse.

O professor de Jornalismo concordou e completou “não é só fazer bonito.” Para Carvalho, os jornalistas também devem ter conhecimento dos recursos gráficos para trabalhar em conjunto com os profissionais dessa área, gerando um trabalho de melhor qualidade. O professor de Design, na mesma resposta, provocou os alunos: “A tecnologia é importante, mas até que ponto isso satisfará o cliente?”. Ribeiro ressaltou que, sejam designers ou publicitários, esses profissionais devem oferecer algo a mais, precisam buscar soluções.

Ao longo da discussão foram comentadas as diferenças entre os diretores de arte e os designers, a importância do conhecimento das técnicas e da divulgação dos trabalhos, as diferenças na grade curricular dos cursos e a influência disso na forma de trabalho dos profissionais. Além disso, o desenvolvimento do trabalho como um projeto e não como obra de arte fez parte do diálogo, expondo a questão da criatividade. “Fazemos algo para ser entendido, não fazemos arte”, disse Rosa.

Para relacionar as três profissões, o professor Frederico Carvalho perguntou: quando o jornalista erra ao fazer publicidade e quando o designer peca ao fazer jornalismo? O publicitário brincou: “O jornalista erra quando tenta ser publicitário” e explicou que a tendência do jornalista é escrever muito. A publicidade, além de transmitir informação, deve despertar o desejo do consumidor. Já Ribeiro lembrou que o designer precisa de tempo para desenvolver os projetos, algo relativamente curto no jornalismo devido à função de informar a população. Entretanto, nenhum deles descartou o papel do jornalista. “Todas as áreas precisam de profissionais da linguagem”, concluiu o professor do curso de Design.

sábado, 24 de outubro de 2009

Fotos da palestra com Felipe Rosito - 22/10/2009

Fotos: Jéssica Michels



Fotos da palestra com Hamilton Octávio de Souza - 22/10/2009

Fotos: Jéssica Michels




Fotos da palestra com Rodrigo Ramgrab e Leandro Chaves - 21/10/2009

Fotos: Jéssica Michels


Fotos da palestra com Sílvio Caccia Bava - 21/10/2009

Fotos: Jéssica Michels





Semana Acadêmica de Comunicação Social equilibrada

Texto: Jéssica Michels, para a Revi
Fotos: Jéssica Michels


A Semana Acadêmica de Comunicação Social deste ano tentou equilibrar as palestras para os públicos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda. A COISA, responsável pela organização, conseguiu grandes nomes da área publicitária para os dias da Semana Acadêmica. A participação dos alunos de Publicidade foi gratuita como nos anos anteriores. Mas, neste ano, a comissão contou com o apoio de quatro acadêmicos que fizeram com que essa semana se tornasse o melhor evento do curso de Comunicação Social.


A palestra de quarta-feira (21) teve a participação do diretor de criação da BZZ Multicomunicação, Rodrigo Ramgrab (foto acima), e do diretor de arte, Leandro Chaves, que conversaram sobre as experiências sobre criatividade como ferramenta de trabalho para as agências. A BZZ já acumula premiações como Prêmio Abril de Publicidade, Prêmio Central de Outdoor, Festival da ABP/Rio, Festival Mundial de Gramado, New York Festivals, Archive, London, Awards e shortlist no Cannes Lions 2008, com uma ação que transformou o elevador do Beiramar Shopping, em Anilhas de Academia, e cravou o nome da BZZ na história da propaganda mundial.

Felipe Rosito (foto abaixo), sócio da agência Kaapora, de Florianópolis, participou da palestra nesta quinta-feira (22). Ele falou sobre a questão da responsabilidade ambiental no contexto da publicidade, e mostrou as campanhas realizadas para um hotel. Felipe tem especialização em gestão ambiental e responsabilidade social, e experiência em agências como a Neovox e W/Portugal. No final da apresentação, Felipe respondeu às perguntas da plateia.

Para Camila Mangold, do 4º semestre de Publicidade, essa palestra superou às expectativas do público. “Eu achei muito interessante. Ele apresentou o importante papel que a publicidade tem nessa história de sustentabilidade e gestão ambiental. Muitos pensam que o mercado publicitário já está saturado e tudo mais, mas com esta experiência da Kaapora em responsabilidade ambiental, ele desmistificou essa questão”, analisou Camila.

Na sexta-feira (23), último dia da Semana Acadêmica, será realizado um grande debate no Anfiteatro. Evandro Rosa e Elcio Ribeiro compõem a mesa para debater as peculiaridades, divergências, semelhanças e os mitos que envolvem o Design, Publicidade e Propaganda. Evandro trabalha com publicidade e propaganda há 19 anos em Joinville, sempre na área de criação, direção de arte e design gráfico. Já passou por agências como Núcleo Sul, C&A, Pólo Comunicação (atual PEB) e hoje é sócio da Soluções. Elcio Ribeiro é professor do curso de Design da Univille. Tem vasta experiência na área de comunicação, com ênfase em marketing, atuando, principalmente, nos temas de identidade visual, marketing e design.

Editor da Caros Amigos discute o jornalismo social


Texto: Francine T. Ribeiro, para a Revi
Foto: Jéssica Michels


Rádios comunitárias, regulamentação da profissão, desigualdades sociais e boicote ao Enade foram algumas das questões abordadas por Hamilton Octávio de Souza, editor da revista Caros Amigos, professor da PUC/SP e jornalista há 37 anos. O debate com alunos de Jornalismo ocorreu na noite de quinta-feira (22 de outubro), no anfiteatro do Ielusc e deu continuidade às atividades da Semana Acadêmica da Comunicação Social.

Hamilton já trabalhou no Estadão, na Folha de S. Paulo e na Editora Abril. Atuou também nas imprensas sindical, alternativa e popular. Atualmente, lamenta que os sistemas de comunicação de massa estejam concentrados nas mãos de poucos proprietários que visam apenas ao lucro, à audiência e aos seus próprios interesses. “Praticamente oito grupos comandam cerca de 90% das empresas de comunicação”, avaliou, lembrando que a função informativa da mídia é deixada de lado para servir às demandas destes grupos.

A política brasileira também foi pauta de debate. Hamilton afirmou que o seu “universo de preocupação” é o país, considerado uma potência econômica, mas que apresenta grandes desigualdades sociais. “No Brasil, alguns acham que são melhores que os outros”, enfatizou. Para ele, a concentração da informação nas mãos de um pequeno grupo prejudica a cultura: “Vivemos numa sociedade mais pobre culturalmente e democraticamente”, resumiu.

A propagação de notícias com enfoques estrangeiros também foi discutida. Hamilton citou como exemplo os ataques ao World Trade Center em 2001 e a cobertura jornalística feita na época. “Não foi apresentada à população a visão brasileira do fato. Só a reprodução das imagens das tevês americanas”, lembrou. “Somos massacrados pelos 'enlatados' estrangeiros. Somos resultado deste produto vindo de fora”.

Para o editor, o aumento dos cursos de Jornalismo pelo país diminui a qualidade profissional, já que formar jornalistas implica em capacitar profissionais para que pensem por conta própria. Se não for dessa forma, explicou Hamilton, haverá uma reprodução do sistema atual. “A cabeça pensante do Brasil não pensa”, afirmou, se referindo às universidades.

Outra questão polêmica que foi levantada durante o debate foi a aplicação das provas do Enade nas instituições de ensino superior. Para Hamilton, o exame não é aplicado de forma justa em todas elas, já que os mesmos critérios são adotados para instituições que possuem características distintas e estão localizadas em diferentes regiões do país.

À Revi, Hamilton confessou que se sentiu surpreso com o convite da organização do evento e com o envolvimento dos alunos na Semana Acadêmica. “Jornalismo necessita de preparo técnico, mas também dessa reflexão”, reforçou.